ENTREVISTA AO GRUPO DE VIOLINOS

Estúdio do RádiOuriço, 25 de março, 14:30
O violino foi sempre “uma paixão” para o professor Luciano Dinis e, com esse sentimento, falou da experiência de ensinar os mais jovens a tocar o instrumento no clube de tempos livres da EBS António Bento Franco. Também houve oportunidade para os pequenos repórteres entrevistarem alguns colegas aprendizes daquela arte. Estes revelaram ser um ato de generosidade para com a família e um desejo de criança.
M – Olá, chamo-me Margarida e sou do Repórter Ouriço!
B – Olá, chamo-me Beatriz e também sou da equipa!
M – Professor Luciano, qual foi a sua formação para dar aulas?
LD – Ora bem, chamo-me Luciano Dinis e fiz o Conservatório de Música – violino, oito anos, e fiz o Curso Superior de Educação na ex LX. Tocava, desde novo, de ouvido, durante dez anos ou mais, depois é que fui estudar Música, por volta dos dezoito anos. Vim dos Açores para Lisboa, depois comecei a tocar em diversos sítios, tive a sorte de conhecer pessoas, toquei na televisão, no musical de Filipe La Féria e depois enveredei pelo ensino de Música Geral 5º e 6º ano. Agora estou só a dar a classe de violino.
M – O que é que o incentivou a criar este clube de violinos?
LD – Pois uma boa pergunta! (riso) Todas as escolas por onde passei têm cinco, seis ou sete violinos, é uma coisa que não sei explicar.
Para já, devo dizer que com a vossa idade, menos ainda, com sete anos, seis, era uma paixão, a música, mas eu não tinha instrumentos lá em casa. A minha mãe ofereceu-me um clarinetezinho de plástico daqueles de brincadeira, roubei-lhe as molas todas com o tempo; então, eu pus elásticos e comecei a tocar as músicas possíveis naquela coisinha, o “Malhão, Malhão” e não sei o quê…
Antes desse instrumentozinho, dizem as pessoas, eu lembro-me, mas era muito pequenino, com uma tábua e um fio de pesca, fiz o meu instrumento para tocar as músicas. Portanto, estão a ver, é uma paixão desde que nasci. Mas nos Açores, naquele tipo de vida, não era propício, escolas, nem se falava de ir estudar, demorou o seu tempo…
M – O professor tem quantos alunos neste clube?
LD – De momento, temos à volta de dez, mas, atenção, devo dizer que nos anos anteriores, cheguei a ter vinte, vinte e cinco, trinta. Este ano o Ministério colocou-me muito tarde, três meses ou quatro, os alunos julgavam que não haveria mais violino e tive menos inscritos. Mas estou contente, tenho à volta de dez. Os alunos aqui, como vocês sabem, têm as suas aulas, como todos os outros, depois vêm da parte da tarde ou da manhã para o violino, trazem o instrumento
de casa, a escola também tem e empresta. Eles fazem o sacrifício de estar na escola no outro turno em vez de estarem em casa, é porque gostam, de certeza absoluta.
B – Como se chamam e qual é a turma?
P – O meu nome é Pedro Henrique e sou do 6ºC.
A – Sou Ana Beatriz e sou do 6ºC, também.
S – Eu sou a Sofia e sou do 6ºB.
B – Por que é que se inscreveram neste clube?
P – Eu me inscrevi neste clube por conta que a minha tia é professora de Música e na minha família ninguém tocava um instrumento sincero e, como eu estava noutro país, eu queria tocar para ela.
A – Sempre gostei de música, então, no começo, tentei tocar violão, só que não deu certo, então, comecei a me interessar por violino e quis aprender mais. Quando eu soube que na escola tinha como aprender, perguntei aos meus pais e eles aceitaram na hora, então foi por isso (sorri).
S – O meu tio sempre tocou muitos instrumentos, guitarra elétrica, violão, viola,… e eu sempre gostei muito de o ouvir tocar música no geral. A minha avó também sempre quis tocar música, mas não teve oportunidade, nem o meu avô, então eu inscrevi-me por eles, que não conseguiram, quis realizar o desejo deles de poder tocar um instrumento.
M – Que tipo de música é que vocês tocam?
P – A gente toca música clássica e agora o professor Luciano está ensinando música chinesa para a gente.
A – Nós tocamos música clássica, sim, e às vezes, pode haver algumas variedades de música. B – Estão a pensar fazer alguma apresentação?
A – Sim, talvez da música do Minuete.
CJ – Para quando?
A – Talvez para a próxima semana.
CJ – Para finalizar o período?
A – Sim.
CJ – Muito bem! Obrigada por aceitarem a nossa entrevista, continuação de bom trabalho! Não sei se querem dar mais alguma novidade ou informação para o público saber o que vocês fazem…
P – Comecei a tocar violino há dois meses. Quando cheguei a casa, a minha mãe perguntou “Esse papel é o quê? O que é que você aprontou na escola?” E eu disse “Não, mãe, quero fazer uma coisa diferente!” No outro dia ela assinou e eu trouxe para a minha primeira aula.
A – Quando eu comecei a tocar, eu achava que podia ser fácil, depois eu percebi que também era difícil, mas eu me interesso por tocar. Quem tem interesse para tocar um instrumento, dependendo, tem que se esforçar muito para conseguir.
CJ – Obrigada pelas partilhas. Eu chamo-me Conceição Jorge, sou a professora responsável pelo Repórter Ouriço. Até uma próxima!
A concluir, a Ana Beatriz brindou os repórteres com a interpretação de “Bela Chiau”. Cereja no topo do bolo!
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